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"Eu estava olhando para as folhas em branco deste bloco, esperando que viesse algo, que a caneta fluísse, que as palavras surgissem. Foi quando pensei: para onde vão as palavras não pronunciadas? Tudo que pensamos e não falamos. Todos os versos que se formam e se espessam como a fumaça do cigarro que queima no cinzeiro... Será que há um vale de palavras mortas? Todos os poemas que pensei e não expressei. Todas as declarações cheias de fervor e amor e ódio e tédio. Cadê? Não posso recuperá-las. Como não posso ter de volta as lágrimas que, juntamente com água quente, escorreu pelo ralo, agora a pouco no chuveiro. Minha pele ainda está vermelha, quase queimada pela temperatura elevada. Percebi que banhos quentes são como uma auto-flagelação, um martírio da carne quando a alma clama por perdão, atenção."

Escrito num bloco de papel, às 3:47h da manhã, ao som de Lenine...

2 comentários:

At 5:58 PM Anônimo said...

Auto-flagelação para um futuro alívio! Ou um alívio posto de uma auto-flagelação, seria a dor uma aprendizagem para o alívio?
"sem caneta, nem papel, uma idéia fugia..."!
Bjus

 
At 2:15 AM Guzz said...

ão com ão, bonito!!!

Eu já pensei em escrever um conto ou ilustrar uma história extamente sobre isso: Para aonde vão todas as ideias esquecidas, as letras apagadas, as obras redesenhadas e tudo mais que se foi e vc não sabe aonde foi parar...
deve ser para o mesmo lugar aonde vão parar uma meia, deixando a sua outra irmã orfã, a casca do machucado que vc tirou e largou por ai, os sonhos logo esquecidos no despertar de cada manhã ...

daria um belo conto, não?

 

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